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Um Universo “Antigo” Prova Que o Cristianismo é Falso?

Does An “Ancient” Universe Prove That Christianity is False?

Os cristãos aceitam a possibilidade de que o universo seja antigo? O debate sobre a idade
Confessarei a você agora que sou um Cristão de “terra antiga”[1]. Pronto, já me sinto melhor. Por mais louco que pareça, as vezes sinto-me como se eu deveria justificar esta crença de um universo antigo devido ao fato de que tantos de meus irmãos e irmãs cristãos têm desenhado uma linha na areia sobre esta questão. Para muitos no Cristianismo evangélico, a idade da terra tem se tornado uma doutrina Cristã essencial. Se você for um crente de terra nova[2], você está ‘por dentro’, e se você crer em uma terra antiga, você está ‘por fora’. Então vamos discorrer sobre a idade da terra e a duração dos dias da criação de Deus para vocês que são ateus e para vocês que são Cristãos que creem em uma terra nova. Talvez ficará claro sobre o que eu pessoalmente creio, e por que eu creio que esta controvérsia não deveria dividir os Cristãos com tem acontecido no passado.

Quando eu me converti, eu não dava muita importância à idade da terra. Eu não acreditava que a Bíblia era explícita sobre o assunto. E a história, na verdade, concorda comigo acerca deste fato porque muitos poucos crentes primitivos davam importância. Até a Idade Média, somente alguns Judeus e Cristãos tentaram datar a criação de Deus, somando e calculando as genealogias em Gênesis Capítulo 5 e Capítulo 10 para chegar às idades que variavam entre 6,300 a 7,500 anos.  Estes crentes simplesmente somavam todos os anos das gerações que estão listadas lá e calcularam de trás até Adão, o primeiro homem. Mas em 1942, trinta e um anos depois da Bíblia Rei Tiago ser concluída, o Vice-chanceler da Universidade de Cambridge, John Lightfoot, levou adiante este tipo de pensamento. Ele usou as genealogias e outras datas mencionadas na Bíblia para calcular uma data exata para a criação do universo! Ele determinou que o ponto de criação fosse dia 17 de setembro, 3928BC! Lightfoot tinha um rival por nome James Ussher (Arcebispo Anglicano de Armagh e Primaz de toda a Irlanda) que fez seus próprios cálculos em 1650, e subsequentemente afirmou que a data da criação foi dia 3 de outubro, 4004BC. O debate foi fervoroso entre estes dois homens, e cada um ajustava o cálculo do outro, modificando levemente a data da criação dentro de uma pequena margem em 4004BC. Nos próximos anos, edições posteriores da Bíblia Rei Tiago incluiu os cálculos da cronologia e idade de Usher nas notas de rodapé, e não demorou para que a posição da terra nova torna-se a norma. A vasta maioria dos Cristãos no decorrer da história têm aceitado esta posição de terra nova sem nunca ter examinado a datação por si mesmos.

A revelação natural concorda com a revelação especial?
Eu nunca vi a datação do universo como um pré-requisito para a minha fé. Talvez seja porque eu não comecei com a versão Bíblica Rei Tiago que tinha notas de rodapé do Ussher! Ao invés, eu cri em Deus quando ele me disse em Sua Palavra que Sua revelação especial é sempre consistente com Sua revelação natural:

Salmo 19:1-4
Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo.

Romanos 1:18-19
A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.

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Como um Cristão, eu acreditava que era justo para eu examinar ambas as revelações especial e natural de uma maneira séria. Eu também acreditava que haveria harmonia em tudo que eu descobriria. Então quando examinei a evidência científica natural de Deus que claramente apontava para uma criação antiga, eu sabia que isto deveria harmonizar com o que Deus estava me falando sobre esta criação em Sua Palavra. Uma das primeiras observações que eu fiz sobre o modo que Lightfoot e Ussher dataram a criação foi a forma com que eles ignoraram as ‘brechas’ [ou lacunas/intervalos] geológicas. Quando olhamos atentamente para as genealogias Bíblicas, vemos que elas contêm brechas, ou seja, lugares onde algumas gerações têm sido omitidas. Além disto, quando alguém é dito ser um “pai” de alguém nas escrituras, isto muitas vezes simplesmente significa que esta pessoa é um “ancestral” de alguém. Semelhantemente, quando alguém é dito ser um “filho” de alguém, isto frequentemente significa que esta pessoa é um “descendente” de alguém. Por isto é que Jesus pode ser chamado de o “Filho de Davi” quando ele é, na verdade, um descendente distante!

Agora vamos analisar uma das genealogias Bíblicas que encontra-se em Mateus 1:8. Neste verso, as escrituras dizem que Jorão é o pai de Uzias. Se lermos 1 Crônicas 3:11-12, podemos ver que três gerações, na verdade, separam Jorão de Uzias. Claramente a palavra “pai” é usado para indicar “ancestral”! Há uma brecha genealógica intencional. Ademais, se compararmos Gênesis 10:24 com Lucas 3:36, descobriremos que Cainã foi omitido da genealogia de Gênesis. Há indubitavelmente outras brechas também, sendo que a lista de nomes tem o propósito de pintar a genealogia de forma ampla sem a preocupação com a precisão genealógica. Era desejo de Deus que nós entendêssemos as raízes GENEALÓGICAS de nossa sucessão, não a idade CRONOLÓGICA precisa de nosso planeta! Para esta razão, eu nunca tenho sido compelido à determinar a idade do universo a partir de genealogias Bíblicas.

Não influenciado por nada além da Escritura!
Agora, note que é muito possível chegar à conclusão de que a Bíblia está em silêncio acerca da idade da terra simplesmente por examinar as escrituras cuidadosamente. Os Cristãos de terra antiga são repetidamente acusados de permitir que a CIÊNCIA ditasse e influenciasse suas percepções da verdade, mas isto não é verdade. Nossas observações da revelação natural de Deus são certamente um fator, mas se houve algo na revelação especial de Deus que contraditou o que pensávamos que estávamos vendo, nós seríamos os primeiros a dobrarmo-nos diante da Palavra de Deus. Sem dúvida. Mas, com relação à questão da idade da terra, a Bíblia está simplesmente em silêncio, e não oferece nada para contradizer o que estamos vendo na revelação natural de Deus. Agora, note que é muito possível chegar à conclusão de que a Bíblia está em silêncio acerca da idade da terra simplesmente por examinar as escrituras cuidadosamente. Click To Tweet

Mas e quanto à duração dos dias da criação?
Vamos brevemente discutir uma questão ainda mais complicada. Vamos discutir sobre a duração dos dias da criação mencionados no primeiro capítulo de Gênesis. Deixe-me começar falando que eu não tenho problema com a ideia de que Deus é poderoso o suficiente para criar o universo com a duração que Ele quiser. Na verdade, não tenho problema em pensar que Deus poderia criar tudo em um piscar de olhos. Mas a criação parece nos dizer que a terra é muito antiga, e desenvolve com o passar do tempo, com o aparecimento súbito da vida e de espécies espalhadas sobre milhares (de fato, milhões) de anos. Como devemos entender a narrativa de Gênesis à luz da revelação natural de Deus? Bem, não sou a primeira pessoa questionar-se sobre a duração dos dias da criação. Os crentes têm especulado sobre esta questão por 2000 anos. E, interessantemente, estes crentes não foram expulsos da fé devido ao ponto de vista deles sobre esta questão. Como devemos entender a narrativa de Gênesis à luz da revelação natural de Deus? Os crentes têm especulado sobre esta questão por 2000 anos. Click To Tweet

Como alguém que fala inglês, sou abençoado com uma seleção incrível de palavras e termos dos quais posso utilizar para expressar meus pensamentos e desejos. Se você incluir as palavras que usamos para expressar noções e objetos científicos e biológicos, a língua inglesa providencia-nos com quase 4 milhões de palavras. O hebraico antigo, por outro lado, permite-nos somente alguns milhares de palavras. Bem, você pode imaginar que palavras hebraicas são muitas vezes são designadas para múltiplos usos. E Gênesis 1 contem uma palavra assim que foi usada por Moisés de várias formas quando ele escreveu os primeiros cinco livros da nossa Bíblia.

A palavra hebraica “yawm” é usada literalmente para expressar o período de tempo entre o nascer e o pôr do sol da terra, mas esta também é usada figurativamente para indicar qualquer espaço finito de tempo definido por um termo associado ou estrutura de referência. Esta definição múltipla providencia-nos com algo para pensar quando lemos o relato da criação. Dê uma olhada em Gênesis 1:3-5, por exemplo:

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Gênesis 1:3-5
Disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. Chamou Deus à luz Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia.

A palavra utilizada para expressar a noção de dia é “yowm”. Então, como que Moisés pretende que a palavra seja entendida? É um dia de literalmente 24 horas que Moisés tem em mente aqui? Há vários outros lugares na contribuição Bíblica de Moises onde ele utiliza exatamente a mesma palavra para expressar um período de tempo muito mais longo do que 24 horas. Aqui estão apenas alguns exemplos (a palavra “yowm” é usada em cada verso para expressar a ideia pretendida):

Gênesis 35:3
levantemo-nos e subamos a Betel. Farei ali um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia e me acompanhou no caminho por onde andei.

Gênesis 10:25
A Héber nasceram dois filhos: um teve por nome Pelegue, porquanto em seus dias se repartiu a terra; e o nome de seu irmão foi Joctã.

Gênesis 26:1
Sobrevindo fome à terra, além da primeira havida nos dias de Abraão, foi Isaque a Gerar, avistar-se com Abimeleque, rei dos filisteus.

Gênesis 40:4
O comandante da guarda pô-los a cargo de José, para que os servisse; e por algum tempo estiveram na prisão.

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Gênesis 26:8
Ora, tendo Isaque permanecido ali por muito tempo, Abimeleque, rei dos filisteus, olhando da janela, viu que Isaque acariciava a Rebeca, sua mulher.

A primeira questão
Os Judeus antigos questionavam a duração dos dias da criação, grandemente baseado na forma que Moisés utilizou o termo “yowm” juntamente com o fato de que a ordem da criação não provê um sol ou lua (pelo qual alguém possa realmente calcular um dia térreo até o quarto ‘dia’ da criação!). O erudito Judeu do primeiro século, Filo (13AD a 50 AD), acreditava que Moisés estava falando em um sentido alegórico quando ele escreveu o relato da criação:

“‘E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito’ (Gênesis 2:2). É bem insensato pensar que o mundo foi criado em seis dias em um período de tempo. Por quê? Porque todo período de tempo é uma série de dias e noites, e estes só podem ser feitos pelo movimento do sol quando este vai por cima e por baixa da terra; mas o sol faz parte do céu, de modo que o tempo é confessadamente mais recente do que o mundo. Seria, portanto, correto dizer que o mundo não foi feito no tempo, mas que o tempo foi formado por meio do mundo, pois foi o movimento do céu que foi o índice da natureza do tempo.”

Além disto, Josefo (37AD a 100AD) também escreveu que o significado exato de “um dia” em Gênesis 1:5 precisava ser mais explicado como algo exceto um período de tempo de 24 horas literais, mas ele nunca chegou a escrever ou tentar explicar o que ele acreditava que fosse este período de tempo.

Os Cristãos também questionaram
Mas, além destes Judeus antigos, os Cristãos mais primitivos também questionaram acerca da duração dos dias da criação. A maior parte da especulação destes parece basear-se em duas passagens das escrituras que demonstra que a duração dos dias de Deus difere da duração dos dias do homem:

2 Pedro 2:8
Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia.

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Salmo 90:4
Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite.

A partir do primeiro século, alguns dos maiores pensadores Cristãos na história têm interpretado a duração do dia da criação como sendo mais do que um período de tempo de 24 horas. Segue-se um breve sumário de alguns dos pensadores mais notáveis: A partir do primeiro século, alguns dos maiores pensadores Cristãos na história têm interpretado a duração do dia da criação como sendo mais do que um período de tempo de 24 horas. Click To Tweet

Justino Mártir
100AD a 165AD
“Porque, assim como foi dito à Adão que no dia que ele comesse da árvore ele morreria, sabemos que ele não completou mil anos [Gn 5:5]. Temos percebido, além disto, que a expressão ‘O dia do Senhor é mil anos’ [Salmos 90:4] está ligado com este sujeito” (Dialogue with Trypho the Jew 81 – 155AD).

Irineu
130AD A 200AD
“E há alguns, novamente, que relegam a morte de Adão ao milésimo ano; pois, uma vez que ‘um dia para o Senhor é mil anos’, ele não ultrapassou os mil anos, mas morreu dentre estes, portanto, carregando a condenação de seu pecado” (Against Heresies 5:23:2 – 189AD).

Hipólito (através das obras de Ambrósio)
170AD a 235AD

“A Escritura estabeleceu uma lei que vinte e quatro horas, incluindo ambos dia e noite, deveria ser dado o nome de somente dia, se como alguém fosse dizer que a duração de um dia é vinte e quatro horas em extensão…. As noites neste cálculo são considerados como sendo partes componentes dos dias que são contados. Portanto, assim como há uma única revolução de tempo, então há exceto o um dia. Há muitos que chamam até mesmo uma semana de um dia, porque esta retorna à si mesma, assim como um dia também, e alguém poderia dizer sete vezes revolve de volta sobre si mesmo” (Hexaemeron – 393AD).

Orígenes
185AD a 254AD

“Mas quem que tem entendimento suporá que o primeiro e segundo e terceiro dia existiram sem o sol e lua e estrelas e que o primeiro dia era, como foi, também sem o céu?… Eu não suponho que alguém duvida que estas coisas indicam figurativamente certos mistérios, a história tendo acontecido em aparência e não literalmente” (The Fundamental Doctrines 4:1:16 – 225AD).

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Lactâncio
240AD a 320AD

“Portanto, deixe os filósofos, que enumeram milhares de eras desde o começo do mundo, saberem que o ano seis mil ainda não completou-se…. Portanto, já que todas as obras de Deus foram completas em seis dias, o mundo deve continuar em seu presente estado através de seis eras, isto é, seis mil anos. Pois o grande dia de Deus é limitado por um círculo de mil anos, como o profeta mostra dizendo ‘Pois mil anos, aos teus olhos, são como um dia [Salmo 90:4]’” (Divine Institutes 7:14 – 307AD).

Metódio
250? AD a 311AD

“Pois desde que em seis dias Deus fez o céu e a terra, e concluiu todo o mundo, e descansou no sétimo dia de toda a sua obra que ele tinha feito, e abençoou o sétimo dia e o santificou, para que por uma figura no sétimo mês, quando os frutos da terra tenham sido colhidos, somos ordenados a guardar a festa para o Senhor, que significa que, quando este mundo for terminado nos sete mil anos, quando Deus teria completado o mundo, ele regozijar-se-á em nós” (Discourse ix. chap. i. sect. 4).

Victorino
245?AD a 303AD

“Deus produziu toda a massa para o adorno de sua majestade em seis dias. No sétimo dia, ele o consagrou com uma benção” (On the Creation of the World – 280AD).

Agostinho
354AD a 430AD

“Pois nestes dias [de criação] a manhã e a tarde são contadas até, no sexto dia, todas as coisas que Deus fez então foram finalizadas, e no sétimo o descanso de Deus foi misteriosamente e sublimemente sinalizado!” (The City of God 11:6 – 419AD).

Basil
329 AD a 379AD

“‘E houve tarde e manhã, um dia.’ Por quê ele disse ‘um’ e não ‘primeiro’?… Ele disse ‘um’ porque ele estava definindo a medida do dia e noite… já que vinte e quatro horas enche o intervalo de um dia” (The Six Days Work 1:1–2 – 370AD).

Claramente, houve uma clara tradição de pensadores Cristãos que têm interpretado os dias da criação para ser algo exceto um período de tempo de literalmente 24 horas. Estas pessoas acreditavam que os seis dias da criação eram muito mais parecido com seis períodos de épocas de tempo. Como um Cristão de terra antiga, eu creio que faço parte desta rica tradição.

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Não influenciado por nada além das Escrituras
Note que é muito possível chegar à conclusão de que a Bíblia ensina que a terra e o universo são antigos sem ter que depender na ciência física que data o universo e terra desta forma. Nenhum destes Cristãos primitivos tinham a evidência natural física que temos hoje, todavia eles ainda criam que Deus estava falando figurativamente por meio de Moises quando este descrevia o relato da criação em Gênesis. Estes Cristãos primitivos estavam simplesmente buscando nas escrituras e fazendo o melhor da parte deles para entendê-la ao usar suas mentes racionais e comparar as palavras de Moisés com outras passagens relacionadas da Bíblia (como Salmo 90 e 2 Pedro 3). Como um Cristão de terra antiga contemporâneo, é completamente possível para eu chegar nas mesmas conclusões da mesma forma, mas eu também tenho criação natural de Deus para confirmar o que eu creio que as escrituras estão ensinando.

Há uma razão pela qual os credos estão em silêncio
Mas ainda há uma questão ainda maior aqui. É o nosso entendimento, como Cristãos, sobre a idade da terra e a duração dos dias da criação uma crença essencial para a salvação? Em outras palavras, se eu creio que o universo é antigo, e que os seis dias da criação são, na verdade, seis períodos de épocas de tempo da perspectiva de Deus ao invés do nosso, estou arriscando a minha salvação? Bem, no decorrer da história, os Cristãos têm feito o melhor deles para expressar o que é que a Bíblia ensina doutrinalmente sobre a natureza de Deus, a natureza de Jesus e a natureza da nossa salvação. Estas expressões têm tomado a forma de credos. É interessante notar que nenhum dos credos Cristãos clássicos e históricos (i.e. O Credo Apostólico, o Credo Niceno, o Credo de Atanásio, o Catecismo de Heidelberg, a Confissão Belga, nem a Confissão de Westminster) tratam especificamente da idade da terra ou a duração dos dias da criação como um requerimento para a salvação ou uma Doutrina Cristã essencial. Estes credos são tolerantes e silenciosos sobre tais questões. Esta é uma das razões pelas quais estou inclinado a dizer que o nosso entendimento da idade da terra e duração dos dias da criação permanece algo que podemos discutir com grande interesse, mas não algo que deve dividir-nos.

Em que os Cristãos concordam
Vamos ser bem objetivos sobre o que os Cristãos de terra antiga e os Cristãos de terra nova CONCORDAM. Você pode estar surpreso de que nós concordamos sobre muitos pontos. Você pode também estar surpreso de que como um Cristão de terra antiga, eu ainda rejeito muito do que a comunidade naturalista filosófica continua a ensinar sobre o mundo ao nosso redor. Então, por causa do entendimento, deixe-me fazer uma curta lista de algumas crenças Cristãs de terra antiga essenciais relacionadas especificamente ao relato da criação:

Deus criou toda a matéria, toda energia, todo o espaço e todo o tempo. Em essência, o nosso universo é criado sobrenaturalmente por Deus.

O universo NÃO é o produto de um processo natural, mas ao invés, é o resultado de uma primeira causa não-causada ‘extra-natural’.

Deus criou o universo de forma ordenada, dentro de uma construção temporal que está fora de nosso completo entendimento e tem sido expressado à nós com as palavras humanas no Livro de Gênesis.

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Enquanto Deus poderia facilmente ter criado tudo em um instante, Ele escolheu, como parte de sua própria natureza, criar da maneira descrita nas escrituras.

Deus NÃO usou a macro-evolução como o mecanismo por meio do qual ele criou toda a diversidade biológica que vemos em nosso planeta.

Macro-evolução é uma teoria que descreve um processo não guiado. Nós, como Cristãos, acreditamos que as informações no código de DNA, na verdade, guia o processo de transformação ao longo do tempo, e nós acreditamos que Deus é a fonte desta informação e é, portanto, guiando o processo.

Deus preparou o universo e o planeta como um lar para a humanidade.

Todas as espécies de plantas e animais aparecem em nosso planeta (como um produto da Criação de Deus), em preparação para o aparecimento tardio da espécie humana.

Deus criou os primeiros seres humanos à Sua ‘imagem’.

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Qualquer forma de hominídeo ou primata pré-adâmico é simplesmente parte da preparação de Deus do planeta antes da criação da humanidade. Os seres humanos modernos, como existem hoje, são na imagem de Deus (na medida em que são conscientes e cientes espiritualmente, possuem a capacidade de se comunicar esta consciência, e examinar a sua existência em relação ao Deus que os criou).

Mais para Examinar
OK, quando você analisa dessa forma, eu acho que você pode ver que, como Cristãos, temos a liberdade para investigar, compreender e expressar as nossas crenças sobre esta questão, sem arriscar a alienação das pessoas que possam discordar de nós. Como parte da família Cristã, sinto-me encorajado pela diversidade que existe dentro de nossa família. É claro que este breve resumo da questão ignora em grande parte uma série de questões relacionadas que são levantadas por uma visão de  terra antiga. Espero escrever sobre estas outras questões também, mas nesse ínterim, há uma série de livros que fazem um trabalho muito melhor sobre o assunto do que eu jamais poderia esperar fazer neste site. Aqui estão alguns livros:

A Matter of Days: Resolving a Creation Controversy
por Hugh Ross

The Genesis Debate : Three Views on the Days of Creation
por J. Ligon, III Duncann (Autor), Daivd W. Hall (Autor), Hugh Ross (Autor), Gleason L. Archer (Autor), Lee Irons (Autor), Meredith G. Kline (Autor), David G. Hagopian (Editor)

A Biblical Case for an Old Earth
por David Snoke

[1] Nota do tradutor: “cristão de “terra antiga”” significa que o autor deste artigo é um cristão que acredita que a terra é antiga.
[2] Nota do tradutor: significa um cristão que acredita que a terra é nova.

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J. Warner Wallace é um detetive de casos de homicído arquivadosdefensor do Cristianismo, pesquisador sênior do Colson Center for Christian Worldview, professor associado de apologética na Universidade de Biola e autor de Cristianismo Cold-Case , Cena do crime de Deus, e Fé Forense.

Mais artigos em português AQUI. Leia a tradução original AQUI.

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Written By

J. Warner Wallace is a Dateline featured cold-case homicide detective, popular national speaker and best-selling author. He continues to consult on cold-case investigations while serving as a Senior Fellow at the Colson Center for Christian Worldview. He is also an Adj. Professor of Christian Apologetics at Talbot School of Theology, Biola University, and a faculty member at Summit Ministries. He holds a BA in Design (from CSULB), an MA in Architecture (from UCLA), and an MA in Theological Studies (from Gateway Seminary).

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